Voluntariado: amor na forma de solidariedade

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Mesmo em férias do curso de fisioterapia, todos os dias o celular da jovem Eveline Nascimento desperta às 7h para iniciar o que tem sido a sua missão com dedicação em tempo integral: o voluntariado. “Conheci uma criança com câncer que precisava de apoio financeiro para fazer tratamento em São Paulo, e eu e duas amigas nos juntamos para ajudar. Mas vimos que havia outras famílias aqui em Belém que também precisavam de ajuda”.

Assim nascia o Instituto Áster, Organização Não Governamental (ONG), sem fins lucrativos, que proporciona às crianças e jovens portadores de câncer, de baixa renda, e seus familiares, melhores condições de tratamento. E este 5 de dezembro, Dia Internacional do Voluntário, é um dia especialmente dedicado para pensar nessas pessoas que se doam tanto, muitas vezes por desconhecidos, sem qualquer retorno financeiro.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1985, com a intenção de promover ações de voluntariado em todas as esferas da sociedade, ao redor do mundo. E uma boa maneira de promover essas ações é refletir sobre elas. “O que me motiva é o sorriso das crianças. Nada paga poder ver uma criança feliz. E é poder ver a felicidade do outro que motiva a mim e a tantos outros voluntários”, conta Eveline.

Hoje, após quatro anos de existência, o Instituto Áster tem mais de 70 voluntários ativos, sede própria e ajuda 120 famílias paraenses. “São pessoas que precisam de todo o tipo de apoio. Ajudamos com alimentos, roupas, promovemos vários projetos para melhorar a autoestima, como ensaios fotográficos, realização de aniversários, recebemos doação de cabelos. Tudo o que de alguma forma possa melhorar a vida dessas famílias”.

Juciara Farias durante campanha do Hemopa.

E o bem-estar das crianças com câncer também passa pela doação de sangue. A ONG é parceira assídua da Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa). “Temos uma relação muito estreita com o Áster. Pelo menos uma vez ao mês, o Instituto faz campanha no Hemopa, estimulando a doação de sangue nos familiares dos pacientes e também na sociedade em geral. Eles são um exemplo a ser seguido”, explica a gerente de Captação de Doadores, Juciara Farias.

Para Juciara, o voluntário é aquela pessoa que doa seu tempo e seu amor ao próximo. São pessoas, sobretudo, que pensam no coletivo. “É o voluntário quem faz o dia a dia da Fundação Hemopa, quem possibilita que a instituição leve vida aos pacientes em tratamento de alguma doença. O Dia Internacional do Voluntário deve ser comemorado todos os dias. Eles com certeza fazem a diferença no mundo”.

E é fazendo a diferença que a cantora e estudante universitária Thaís Porpino tem vivido os últimos anos. Mesmo com uma rotina cheia de compromissos inadiáveis, ela encontrou não apenas um tempo para o voluntariado, como tornar-se parceira fundamental nas ações de incentivo à doação de sangue.

Thaís e seu grupo de mobilização de doadores de sangue.

Thaís conta que tamanha dedicação nasceu aos poucos. “Meu irmão tratou um câncer e precisou de muitas bolsas de sangue. Alguns amigos próximos também precisaram. Me interessei pelo assunto e virei doadora, mas vi que o Hemopa sempre realizava campanhas com apoio dos artistas locais e me coloquei à disposição”.

Assim, Thaís passou a emprestar sua voz para estimular a doação de sangue. “Depois de fazer muitas campanhas, acabou que eu também precisei de sangue. Quando me recuperei, me dediquei ainda mais à causa e passei a fazer todas as campanhas do Hemopa em Castanhal. Também vou atrás de novos parceiros para as realizações de campanhas. Vivo em constante sensibilização”, relata Thaís.

Já são três anos de colaboração voluntária assídua. São aniversários solidários, campanhas mensais, Pedalada de Vida. Grávida, Thaís se prepara para um nova etapa em sua vida, ainda mais movimentada, sem nunca deixar de lado o trabalho voluntário de conscientizar as pessoas para a importância da doação de sangue. “Consegui montar um grupo com mais de 100 pessoas que se revezam nas campanhas, chamado Meu Sangue Forrozeiro. Esse trabalho está no meu sangue, não vou parar”.

Para ser um candidato à doação de sangue, é necessário ter entre 16 e 69 anos (menores devem estar acompanhados do responsável legal), ter mais de 50 kg, estar bem de saúde e portar documento de identificação oficial, original e com foto. Homens podem doar com intervalo de dois meses e mulheres, a cada três meses.

Serviço: As doações de sangue podem ser feitas na sede do Hemopa (Padre Eutíquio, 2109) e na Estação de Coleta Castanheira (acesso ao Pórtico Metrópole), de segunda a sexta-feira, de 7h30 às 18h30, e aos sábados, de 7h30 às 17h. Na Estação de Coleta Pátio Belém (primeiro piso do Shopping Pátio Belém), de segunda a sexta-feira, de 10h às 17h. E sempre na última semana do mês, dentro da Estação Cidadania Icoaraci (Lopo de Castro, 78), de 8h às 13h. Mais informações: 0800 280 8118.