Mais de 270 pessoas compareceram para doar sangue no Dia Mundial do Doador

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O compromisso desta segunda-feira (14), da estudante Raiane Priscila, de 25 anos, começou no Hemopa, em Belém. “Já passamos por momentos difíceis na família. Minha mãe precisou de transfusão e tivemos que mobilizar as pessoas”, declarou a jovem que se tornou uma doadora de repetição por entender a necessidade deste ato.

No Dia Mundial do Doador Voluntário de Sangue, a Fundação Hemopa realizou uma programação diferenciada para os voluntários que compareceram. As caravanas solidárias foram recepcionadas pelo Coral dos servidores que cantou e animou o clima durante a coleta de sangue. No total, o Hemopa coletou 271 bolsas de sangue só na região metropolitana de Belém, que vão beneficiar cerca de 1.090 pacientes internados na rede hospitalar pública e privada do Pará.

“Este é um dia que temos que celebrar e mostrar para a sociedade a importância de contribuir com a doação de sangue. Apesar do momento de pandemia, a Fundação Hemopa não pode parar. Os pacientes continuam precisando de transfusões. E graças ao povo paraense, um povo solidário, nós estamos conseguindo atender aos hospitais”, destacou Paulo Bezerra, presidente da Fundação que agradeceu a presença dos voluntários presentes nesta segunda-feira.

A caravana dos servidores do Hospital Pronto Socorro Municipal da 14 de Março – Mário Pinoti, chegou com cerca de 20 pessoas para contribuir com o estoque de sangue do Hemopa.

“A gente lida diariamente com a necessidade de sangue, tecidos e órgão. Nada mais lógico e solidário nós estarmos aqui. As caravanas são fundamentais e a gente tem que ter compromisso social e consciência cidadã para fazer este estímulo à doação”, ressaltou Atila Cordeiro que é enfermeiro e vice-diretor do PSM.

E não são só pacientes de urgência e emergência que precisam de transfusões. Quem convive com alguma doença hematológica, ou seja, do sangue, tem a necessidade constante de transfusões.

Fernanda Rodrigues Nery, descobriu aos 3 anos de idade a Anemia Falciforme, uma doença do sangue que só tem cura com transplante de medula óssea. Enquanto não encontra uma medula compatível, o tratamento é com remédios e transfusões rotineiras. Com o acompanhamento regular dos profissionais da Fundação Hemopa, ela chega aos 37 anos de idade com uma boa qualidade de vida. “As transfusões de sangue foram essenciais. Não tem substituição para o sangue. A gente tem remédios que ajudam no tratamento, mas sangue, não!”, destacou a administradora que tem uma filha saudável e, atualmente, mesmo com a doença controlada, precisa de transfusão uma vez por ano.

Fernanda faz transfusões anualmente, agora. Mas a frequência já foi bem maior.

Descentralização

Além da sede do Hemopa, na Batista Campos, os voluntários também puderam doar nas unidades de coleta dos Shoppings Pátio Belém e Castanheira. E, nesta segunda e terça, 14 e 15, os freqüentadores do Shoppings Metrópole, em Ananindeua, também vão poder doar sangue.

“A Fundação Hemopa entende a importância de promover a descentralização e facilitar o acesso dos voluntários ao serviço de coleta de sangue. Até porque, muitas vezes, o cidadão tem vontade de ser um doador, mas o deslocamento se torna uma barreira para esse desejo. Então , sempre que possível, vamos até o voluntário”, explicou Juciara Farias, gerente de captação de doadores do Hemopa.

A Fundação Hemopa está presente em 9 municípios paraenses: os Hemocentros de Belém, Castanhal, Marabá e Santarém; e os Hemonúcleos em Abaetetuba, Altamira, Capanema, Redenção e Tucuruí.

Em 2020, em todas as unidades de coleta de sangue no Pará, mais de 103 mil voluntários compareceram com o intuito de doar. Desses, 85.964 bolsas de sangue foram coletadas, efetivamente. Um aproveitamento de 84% dos presentes nas unidades.

E neste ano, de janeiro a maio, a Hemorrede registrou o comparecimento de 43.558, onde 36.636 doadores estavam aptos e puderam contribuir com o estoque de sangue.

O Ministério da Saúde estima que cada estado brasileiro tenha, em média, de 1% a 3% da população doadora de sangue. No Brasil a população potencialmente doadora de sangue é de 1.6%. O estado do Pará, com um pouco mais de 8 milhões de habitantes (de acordo com a última estimativa do IBGE), possui cerca de 183 mil doadores de sangue, o que corresponde a 2,2% da população, um pouco acima da média nacional.