O HC é referência em cardiologia e também oferece assistência de alta complexidade em nefrologia e psiquiatria, em Belém
Aos 16 anos, a adolescente Maria Eduarda Barros conta os dias para reencontrar a avó, dona Deuzarina. As duas não se veem pessoalmente desde que a avó precisou ser internada no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), para uma cirurgia no coração. Com o procedimento prestes a acontecer, a família se organizou para encontrar doadores de sangue, já que a idosa tem um tipo sanguíneo considerado raro.
Na esperança de que a conexão com a avó pudesse ser bem mais do que aquela construída ao longo da infância e adolescência, Maria Eduarda escolheu ser uma das voluntárias que ajudaram dona Deuzarina, portadora de um tipo de sangue raro “O meu sangue pode salvar a vida dela ou de outra pessoa. Esse é um sentimento muito bom e importante para mim já que foi minha primeira doação”, conta Maria Eduarda que, em função da idade, precisou da autorização da mãe para a doação de sangue.
A doação foi feita na quinta-feira (17), data de abertura da 31ª Campanha de Doação de Sangue do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. Organizada em parceria com o Hemopa, a campanha encerrou nesta sexta-feira (18) e foi a terceira realizada na área do hospital neste ano. O objetivo é sensibilizar servidores da instituição e familiares de pacientes em tratamento para a doação contínua de sangue.
Nesta edição da campanha, 260 doadores atenderam ao chamado e 209 bolsas de sangue foram coletadas. Somados aos resultados das ações realizadas nos meses de abril e agosto, foram 681 bolsas de sangue captadas e enviadas aos estoques de sangue do Hemopa para posterior envio aos hospitais e centros de saúde do Estado.
Enfermeira na Agência Transfusional no Hospital de Clínicas, Rosana Matos reforçou a importância do resultado da campanha como auxílio ao trabalho de captação de doadores feito pelo Hemopa. “Nosso objetivo é ajudar a manter o estoque do Hemopa já que toda toda coleta realizada aqui, vai para o Hemopa onde é examinado e depois distribuído para os hospitais. Nós temos um consumo médio de 400 bolsas por mês, principalmente em procedimentos cirúrgicos. Então toda doação é importante”, pontuou Rosana.
Entre os meses janeiro de setembro deste ano, somente em cirurgias cardíacas, foram 1204 procedimentos realizados no Hospital de Clínicas, unidade pública de saúde do Estado que, além da cardiologia, também oferece assistência de alta complexidade em nefrologia e psiquiatria.
Para doar sangue é preciso:
– Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam estar acompanhados de responsável legal);
– Ter mais de 50 quilos;
– Estar bem alimentado (não pode estar em jejum);
– Dormir pelo menos 6h nas 24h anteriores à doação;
– Não ingerir bebida alcoólica 12h antes da doação;
– Ter intervalo entre doações de dois meses para homens e três meses para mulheres;
– Quem se vacinou contra a Covid-19 pode doar sangue, sendo necessário o intervalo de dois dias após cada dose para quem recebeu a vacina Coronavac, e sete dias para quem recebeu as demais vacinas.
Por Marcelo Leite (HC)