Até agosto de 2024, o Pará contabilizou 144.357 doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea
O Dia do Doador de Medula Óssea, celebrado anualmente no Brasil no terceiro sábado de setembro, busca promover a conscientização sobre a doação de medula e incentivar que mais pessoas se tornem doadoras voluntárias. Até agosto de 2024, o Pará contabilizou 144.357 doadores cadastrados no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), número que, embora seja significativo, ainda é insuficiente para atender à demanda de pacientes que aguardam um transplante.
No cenário nacional, o Redome conta com mais de 5 milhões de doadores cadastrados, mesmo assim, a compatibilidade entre doador e receptor segue sendo um dos grandes desafios do sistema. A probabilidade de encontrar um doador compatível fora da família é de 1 em 100 mil, tornando essencial o aumento constante no número de cadastros.
Para a assistente social do Hemopa, Juciara Farias, o esforço contínuo para atrair novos doadores é de suma importância. “A captação de doadores de medula óssea é uma missão diária para nós. Nosso principal objetivo é conscientizar a população sobre a importância de se cadastrar no Redome. Qualquer pessoa entre 18 e 35 anos, em boas condições de saúde, pode procurar o Hemopa com um documento de identidade e se registrar como doador. Esse desafio é compartilhado com nossos parceiros, que diariamente colaboram para ampliar o número de doadores, ajudando a salvar vidas e a reduzir a espera por transplantes”, ressaltou Juciara.
A doadora Márcia Varanda, cadastrada há quatro anos no Hemopa, contou sobre sua motivação. “Saber que a compatibilidade é tão rara me faz acreditar que posso ser a pessoa que salvará uma vida. Se cada um fizer sua parte, podemos diminuir a fila de espera e dar esperança a quem precisa. A sensação de ajudar alguém a continuar vivendo é indescritível e gratificante. Minha dor será pequena comparada à de quem está aguardando”, destacou Márcia.
Seiji Mateus, transplantado de medula óssea após anos de luta, compartilhou sua experiência. “Fiquei surpreso no início, pois sabia dos riscos. Após pensar muito, decidi fazer o transplante. Foram cinco anos de tratamento intenso com transfusões semanais. Graças a uma doadora estadunidense, tive uma segunda chance de viver. O processo foi doloroso, mas celebrar a ‘pega’ da medula 18 dias depois foi um dos momentos mais felizes da minha vida”, relembrou.
Serviço – A Fundação Hemopa reforça que a doação de medula óssea é segura e o cadastro pode ser feito em qualquer unidade da instituição. Para ser um doador, é preciso ter entre 18 e 35 anos, estar em boas condições de saúde e não apresentar doenças infecciosas. Além disso, é importante manter o cadastro atualizado para aumentar as chances de encontrar compatibilidade. Isso pode ser feito presencialmente ou pelo telefone 0800-280-8118, a ligação é gratuita.
Por Aline Seabra (Hemopa)