Hemopa atualiza critérios para doação de sangue e amplia possibilidades para voluntários

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As mudanças, baseadas em estudos técnicos e alinhadas às diretrizes do Ministério da Saúde, flexibilizam restrições anteriores e permitem que mais pessoas estejam aptas a doar

A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) atualizou os critérios para doação de sangue com o objetivo de ampliar o número de voluntários e fortalecer os estoques, garantindo o atendimento seguro e eficaz no Pará. As mudanças, baseadas em estudos técnicos e alinhadas às diretrizes do Ministério da Saúde, flexibilizam restrições anteriores e permitem que mais pessoas estejam aptas a doar.

O presidente da Fundação Hemopa, Paulo Bezerra, destacou a importância das atualizações. “É muito importante. A Fundação Hemopa está sempre acompanhando a evolução nos critérios da doação de sangue. Isso é uma forma de a gente poder ampliar o leque para as pessoas que queiram realmente fazer esse ato de solidariedade, assim como garantir sempre a segurança e a qualidade do sangue que será utilizado para salvar vidas em todo o estado”, ressaltou.

Entre as principais mudanças estão o fim das restrições para viagens dentro do país a zonas endêmicas de dengue, zika ou chikungunya. Quem esteve em estados com registros dessas doenças nos últimos 30 dias agora está apto a doar sangue. No entanto, regiões endêmicas de febre amarela e malária continuam com prazos específicos de inaptidão.

Viagens ao exterior permanecem como critério de inaptidão temporária de 30 dias, contados a partir do retorno ao Brasil. Já os procedimentos estéticos, como tatuagem, piercing (exceto oral ou genital), micropigmentação e maquiagem definitiva, tiveram o prazo de inaptidão reduzido de 12 meses para 6 meses. No caso de Botox, o período passou a ser de 30 dias, enquanto quem realiza acupuntura deve aguardar apenas 72 horas para efetivar a doação.

As mudanças também contemplam pessoas com diabetes tipo 2 que não utilizam insulina. Agora, doadores em tratamento com hipoglicemiantes orais ou por métodos não farmacológicos podem se candidatar, desde que estejam dentro dos critérios avaliados durante a triagem e apresentem glicemia capilar adequada. Já os casos de diabetes com comprometimento de órgãos-alvo ou que dependam de insulina seguem com recusa definitiva.

Outra novidade envolve os doadores menores de idade, com 16 ou 17 anos. A presença dos responsáveis legais durante todo o processo não é mais obrigatória. O jovem poderá doar acompanhado de um responsável designado, desde que apresente um termo de autorização assinado pelos responsáveis legais, acompanhado de cópia dos documentos exigidos.

De acordo com André Almeida, gerente de Triagem de Doadores da Fundação Hemopa, a atualização dos critérios foi cuidadosamente planejada para garantir maior inclusão de doadores, sem comprometer a segurança transfusional. “A atualização dos critérios de recusa visa justamente abranger um maior número de doadores, aumentando assim nosso estoque de sangue e podermos atender a todo o estado. Os critérios foram atualizados com base nos estudos feitos em nossa população, atendendo também às normas do Ministério da Saúde, com apoio do comitê transfusional e da alta gestão”, destacou.

André Almeida ressaltou que as melhorias nos exames e na qualidade dos processos foram fundamentais para a flexibilização. “Com a melhora na qualidade dos exames, podemos ter a confiança de que a segurança transfusional será mantida. Procedimentos como tatuagem, botox e acupuntura tiveram a redução de inaptidão, facilitando a adesão de mais doadores. Além disso, o doador diabético que antes era impedido agora pode participar, caso não faça uso de insulina e esteja bem controlado”, explicou.

Com as novas medidas, a Fundação Hemopa reforça seu compromisso em ampliar a base de doadores e facilitar o processo de adesão, garantindo a manutenção dos estoques e a segurança dos pacientes que dependem das doações. Mais informações podem ser obtidas pelos canais oficiais da Hemopa ou diretamente em suas unidades de atendimento.

Por Aline Seabra (Hemopa)