Fundação Hemopa comemora 42 anos de uma missão incansável: salvar vidas!

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Encarar quase 2h de viagem de ônibus, saindo do município de Vigia, nordeste do Pará, até chegar na sede do Hemopa em Belém. O grupo de servidores do Hospital Municipal de Vigia não mediu esforços para ajudar àqueles que estão num leito de hospital esperando por uma bolsa de sangue.

Caravana Solidária do município de Vigia, nordeste do Pará.

“Quando a gente vive o problema, a gente sente mais vontade de ter uma atitude para mudar. E doação de sangue é vida. Por isso, encaramos este desafio para vir doar um pouco para aqueles que tanto precisam”, disse Adélia Rodrigues, servidora pública de Vigia.

Já são 42 anos de uma missão incansável: salvar vidas! A Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) está sempre em busca de novas estratégias para a mobilização de doadores voluntários de sangue. E este ano, o desafio ficou ainda maior em meio a uma pandemia. As caravanas solidárias, como a de Vigia, estão fazendo a diferença no estoque de sangue do Pará.

Dados da Fundação mostram que, em julho, houve uma elevação de 11% no número de comparecimento do voluntariado e 13% no número de coletas em comparação, ao mês de junho. “Trabalhamos incansavelmente, dentro de um cenário de pandemia, portanto podemos considerar que fomos vencedores por atender a rede hospitalar de forma eficiente, adequando às reais necessidades de cada município do Pará”, destacou Paulo Bezerra, presidente da Fundação Hemopa.

Plasma: tratamento experimental contra a Covid-19.

Além disso, a luta contra o novo coronavírus colocou a Fundação Hemopa no circuito dos Hemocentros do Brasil que estão desenvolvendo estudos com o plasma convalescentes de pacientes da Covid-19. Desde o mês de maio, foram coletadas 80 bolsas de plasma, de 40 doadores voluntários inscritos na pesquisa. As equipes médicas de 8 unidades hospitalares já solicitaram o plasma para tratamento de pacientes e tiveram sucesso. “a partir da observação dos pacientes que receberam o plasma de convalescente, podemos dizer que eles apresentaram melhora no quadro clínico e laboratorial. E também observamos que quanto mais cedo fizermos o uso da transfusão de plasma nos pacientes, enquanto estão em fase de cascata inflamatória, a possibilidade de melhora aumenta”, destacou a Gerente de Hematologia Clínica do Hemopa, Cátia Valente.

Referência no atendimento a pacientes com doença do sangue

O Ambulatório da Fundação Hemopa realiza o atendimento de mais de 15 mil usuários com doenças hematológicas por meio da equipe multidisciplinar formada por médicos, biomédicos, farmacêuticos bioquímicos, odontólogos, fisioterapeutas, fisiatras, enfermeiras, técnicos de enfermagem, assistentes sociais, psicólogos e pedagogos, o que garante atendimento seguro, de qualidade e humanizado aos usuários. Além disso, o Hemopa oferece suporte laboratorial para realização de exames pré-transplantes no Laboratório de Imunogenética, ao Programa de Transplantes do Estado.

Seiji Mateus, de 24 anos, é natural do município de Viseu, localizado há 350 km de Belém. Ele se mudou para Belém em 2015 após o diagnóstico de Aplasia Medular. Tinha que fazer transfusões semanais de concentrado de Hemácias e plaquetas para sobreviver.

Seiji e sua mãe, Maria de Nazaré, comemorando com a equipe multiprofissional.

“esse encontro com o Hemopa foi muito importante pra mim. Todos me acolheram e dividiram comigo essa dor. A gente não tinha um contato muito próximo com ninguém em Belém, mas todos os profissionais nos deram um suporte humanizado”, destacou Seiji.

Até que em 2019 veio a notícia. Um doador com 90% de compatibilidade de medula óssea foi detectado nos Estados Unidos. Imediatamente a Fundação Hemopa iniciou os exames pré-transplantes e toda a assistência a família do paciente. “A equipe médica e multiprofissional me deu muita força para não ter medo e acreditar que ia dar certo. E essa assistência é muito importante”, ressalta Seiji que agora só tem motivos para agradecer pelo sucesso do transplante que foi realizado em Curitiba, no Hospital de Clínicas UFPR.

O serviço de cadastramento de doadores voluntários de medula óssea, que funciona desde 2002 no Hemopa, já enviou quase 200 mil cadastros ao Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que fica no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, onde a lista é consultada internacionalmente.

Hemorrede

A Fundação Hemopa é responsável pela coordenação da Política Estadual do Sangue e possui um Hemocentro Coordenador (em Belém), três Hemocentros Regionais (em Castanhal, Santarém e Marabá), cinco Núcleos de Hemoterapia (em Capanema, Altamira, Tucuruí, Abaetetuba e Redenção) e 42 Agências Transfusionais. Estas unidades compõem a hemorrede estadual, garantindo o atendimento à população paraense.

Quem pode doar

O voluntário à doação de sangue precisa seguir os critérios básicos: ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados de um responsável legal. E se for primeira doação, até 59 anos), pesar mais 50kg, estar bem de saúde e alimentado no dia da doação. É importante ressaltar que no momento do cadastro, o voluntário deve estar com uma carteira de identidade oficial com foto (RG, CNH, Carteira de Trabalho ou Passaporte).

Quem teve covid-19, deve esperar 30 dias após a cura para doar. E quem teve contato com pessoas que tiveram covid-19, deve esperar 14 dias após o contato.

Uma bolsa de sangue pode beneficiar até 4 pacientes

Doação de Medula óssea

Para entrar no Registro Nacional de Medula Óssea, o cidadão precisa solicitar ao atendente na hora do cadastro, pois gera um cadastro diferenciado para cada tipo de doação.

O voluntário assina um termo de consentimento livre e esclarecido sobre a doação de medula óssea. E será retirada uma pequena quantidade de sangue (10ml) do candidato. Os dados pessoais e o do sangue serão incluídos no REDOME e quando houver um paciente com possível compatibilidade, o cidadão será consultado para decidir quanto à doação.