Servidores e visitantes puderam doar na unidade móvel da Fundação Hemopa, que recebeu reforço no estoque
O Hospital Ophir Loyola (HOL) encerrou nesta sexta-feira (17) a campanha alusiva ao Dia Nacional do Doador de Sangue – 25 de Novembro. A iniciativa buscou conscientizar sobre a importância do ato e garantir a reposição do estoque da Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia do Pará (Hemopa). As 130 bolsas coletadas serão enviadas aos pacientes de hospitais públicos e privados no Pará. Cada doação pode ajudar a salvar até quatro vidas.
Conforme dados de 2022 do Ministério da Saúde, a cada mil brasileiros, 14 são doadores, o que representa mais de 3 milhões de doações ao ano no País. Entretanto, o Ministério reforça a importância da captação de novos doadores para que os estoques sejam mantidos.
A assistente social da Gerência de Captação de Doadores (Gecad) da Fundação Hemopa, Betânia Mourão, disse que o hemocentro recebe cerca 350 solicitações de transfusão de sangue por dia. “É necessário o engajamento das instituições públicas e privadas, organizações governamentais, não governamentais e da população em geral para que consigamos atender à demanda transfusional do nosso Estado. A doação é voluntária e altruísta, por isso precisamos estimular esse ato de solidariedade”, destacou.
Demanda – Quase a metade da demanda do HOL é assistida na Unidade de Atendimento Imediato e no Hospital Dia Hematológico. Em média, o hospital realiza de 800 a 900 transfusões mensais, uma das maiores demandas no Pará. “O nosso perfil de referência contribui com esse número. Além da oncologia, principal vocação, o hospital realiza cirurgias de alta complexidade que só acontecem com reserva de sangue. Quem não conseguiu comparecer à campanha, pode se dirigir à unidade do Hemopa e informar o código 161”, orientou Leonice Assunção, enfermeira da Agência Transfusional.
Moradora do bairro da Cabanagem, Sônia Maués, 64 anos, está em tratamento contra leucemia linfoide aguda (LLA). Ela contou que começou a trabalhar desde cedo, e quando se aposentou aos 60 anos pensava que teria uma vida tranquila. Jamais imaginou que três anos depois seria acometida pela doença. “Durante o início do tratamento, eu fazia transfusão uma vez por semana. Mas houve períodos que precisei a cada três dias. Certa vez, precisei ficar internada dez dias consecutivos porque a contagem das minhas plaquetas estavam muito baixa, e recebi bolsas de plaquetas todos os dias”, disse Sônia.
“Eu até me emociono ao falar de doação, porque sangue representa vida para quem está nessa situação de enfrentar um câncer como esse, que afeta a medula óssea. Faço um apelo para que as pessoas doem sangue, tenham essa consciência que salva a vida de pacientes. Doem sangue, que sangue é vida”, reforçou a paciente.
A psicóloga Regina Lima trabalha há 22 anos no HOL, sendo doadora há 20 anos. “A solidariedade é o que move o doador. Sempre que posso, participo das campanhas porque sei o quanto os pacientes precisam de sangue e hemoderivados para dar seguimento ao tratamento. Entendo bem a necessidade dos pacientes por cada doação”, frisou a profissional.
Texto: Leila Cruz (HOL)