Mobilização garantiu a captação de 93 bolsas de sangue que deverão beneficiar pacientes em tratamento contra o câncer
O Hospital Ophir Loyola (HOL) realizou, na última quarta-feira (05), mais uma campanha de doação de sangue, por meio da Agência Transfusional, e em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), direcionada ao público interno e externo, com ênfase na captação de novos doadores. Do total de 132 comparecimentos, 93 bolsas foram coletadas. Devido ao perfil de referência, oncologia e nefrologia, a instituição possui alta demanda por transfusões e precisa de doações de forma contínua.
Os pacientes em tratamento contra o câncer apresentam mais anemia, baixa taxa de plaquetas e a intervenção terapêutica em si agrava a situação. Isso aumenta a necessidade por transfusão de sangue e de outros hemocomponentes (hemácias, plaquetas ou plasma). A necessidade é maior nos enfermos hematológicos devido às anemias, às taxas de plaquetas mais graves e a algum distúrbio de coagulação do sangue.
A enfermeira Leonice Assunção destaca que as campanhas buscam incentivar a solidariedade e salvar vidas. “No período em que os pacientes estão internados e precisam de sangue, oferecemos uma melhor qualidade de vida e sobrevida para eles, através da transfusão de sangue. Por isso, é muito importante promover a campanha para motivar os servidores e o público externo a realizar a doação. A ação é imprescindível para ajudar a atender a demanda, principalmente, pelo perfil do hospital, pois os nossos pacientes são os que mais fazem transfusão, tanto de hemácias como de plaquetas”, afirmou.
Além das campanhas realizadas no HOL, o hemocentro também fornece estoque de sangue para o hospital. “Apesar da campanha acontecer apenas em um dia, nós sempre explicamos que a ação se estende por todos os dias, basta dirija-se à unidade do Hemopa mais próxima da sua residência e informar o código 161, ou informar que deseja direcionar ao Ophir Loyola”, complementou Leonice Assunção.
Segundo a assistente social do Hemopa, Bethânia Mourão, para atender todo o estado do Pará, o Hemopa precisaria arrecadar mais de 300 bolsas de sangue por dia, por isso a campanha se estabelece todos os dias do ano. “O Hospital Ophir Loyola é o que mais demanda sangue todos os dias, e mais uma vez a nossa parceria vem se fortalecendo e, sem dúvida, consiste na sustentação dos estoques. Alguns pacientes oncológicos demandam cirurgias de alta complexidade, e para que a gente consiga atender a todos e realizar os procedimentos, mais uma vez realizamos a campanha trimestral como uma estratégia efetiva para arrecadar as bolsas de sangue”, destacou.
A estudante Júlia Rodrigues, 19 anos, foi diagnosticada há um ano com leucemia mieloide aguda e realiza a transfusão de sangue e de plaquetas no HOL. A descoberta da doença foi através dos sinais de manchas que apareceram no corpo e sangue na boca. “A doença mudou totalmente a minha rotina e a minha vida, mas desde que iniciei o meu tratamento, eu percebo a melhora da minha saúde, porque eu cheguei aqui muito ruim, já recebi bastante bolsas de sangue e de plaquetas. Quando nós estamos precisando de sangue, ficamos muito mal, após receber tudo muda, a melhora é quase 100%, por isso a doação de sangue salva vidas”, ressaltou a paciente.
Para o médico nefrologista Alan Marques, a importância da doação de sangue é ter a sensação que a população pode fazer algo simples e mudar a vida de alguém. “Estou aqui doando por dois motivos, um que eu sempre prescrevo a transfusão para meus pacientes e sei a real necessidade e importância da doação; o segundo, é que recentemente fui paciente e precisei de transfusão de sangue, por isso eu me coloco em ambos os lugares”, explicou.
Critérios gerais para doação de sangue:
– Estar alimentado;
– Apresentar bom estado geral de saúde (sem sintomas de gripe há, pelo menos, dez dias); ter entre 16 e 69 anos (pessoas com 16 e 17 anos podem doar mediante autorização do responsável legal);
– Apresentar, obrigatoriamente, documento original de identificação com foto (CNH, RG, CTPS, passaporte ou cédula profissional de classe).
Texto: Viviane Nogueira e Leila Cruz/Ascom Ophir Loyola