A Fundação alerta os usuários hematológicos e à população, em geral, sobre o uso racional e riscos da automedicação
Nesta quinta-feira, 5 de maio, a Fundação Hemopa une-se ao resto do País em comemoração ao Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Um alerta à população sobre os riscos da automedicação e da importância de seguir a Farmacoterapia prescrita, de acordo com a necessidade individual de cada paciente que faz adesão ao tratamento, a forma efetiva e segura para um resultado clínico mais eficaz.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), entende-se que há uso racional de medicamento quando pacientes recebem medicamentos para suas condições clínicas, em doses adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para si e para a comunidade.
O uso irracional ou inadequado de medicamentos é um dos maiores problemas em nível mundial. A OMS estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente.
Diante desse cenário, a gestão da Fundação, por meio, da coordenação de Farmácia, realizará programação alusiva à data, de 8h às 18h, com realização de palestras sobre a temática, na Recepção do Ambulatório, junto aos usuários com patologias do sangue e seus acompanhantes, enquanto eles aguardam por atendimento ou procedimentos na sede do Hemopa, em Belém.
Segundo o coordenador da Farmácia, o farmacêutico, Robson Paixão, a ação de educação em saúde contará com atividade lúdica com apresentação de ilustrações que representam o uso indiscriminado de medicamentos, incentivando a reflexão de usuários e acompanhantes sobre o uso correto de medicamentos, sobretudo, os preconizados nos protocolos clínicos adotados pela Fundação Hemopa na assistência aos usuários.
Atualmente, na sede do hemocentro paraense, há o registro de atendimento ativo de aproximadamente 16.500 pacientes hematológicos, que podem contar com acompanhamento ambulatorial, sendo a maior incidência, com as Coagulopatias Hereditárias e Hemoglobinopatias. Mensalmente, a Farmácia do Hemopa dispensa uma média de 25 mil unidades de medicamentos aos usuários com patologia do sangue.
Robson Paixão destaca, ainda, que a Fundação Hemopa aderiu à campanha nacional, sobre uso racional de medicamentos, com o intuito de orientar os pacientes e cuidadores. “Entre as orientações, destacamos a utilização correta e administração de doses de medicamentos com horários programados. Vamos reforçar também a importância da adesão e a eficácia do tratamento quando feito de forma efetiva e segura; esclarecer a forma correta de armazenamento, estocagem e descarte; além de orientar sobre a importância do acompanhamento de validades e integridade destes medicamentos”, ressaltou, Paixão.
Entre os pacientes atendidos pelo Hemopa e que são beneficiados com o dispensação de medicamentos, está a neta de Natia Farias dos Santos, 38, faz tratamento para anemia falciforme (é uma doença hereditária caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme), na sede do Hemopa, em Belém. Atualmente com seis anos, a pequena usuária iniciou seu tratamento com apenas seis meses de idade e, hoje, a avó garante que sua qualidade de vida deve-se também aos medicamentos fornecidos pela instituição.
“Acho tratamento aqui excelente. Sempre recebemos toda medicação necessária e orientações sobre o uso correto com os profissionais da Farmácia. Se fosse pagar toda essa medicação não teria condições. Só tenho a agradecer o Hemopa por tudo isso”.
Os usuários atendidos pela Fundação contam ainda com o serviço de consulta farmacêutica ambulatorial para revisão da farmacoterapia prescrita, onde são orientados quanto às vias de administração correta do medicamento, possível reações adversas, benefícios da adesão ao tratamento e monitoramento do plano terapêutico.
A cabeleireira, Eliane Araújo Rocha, 45 anos, há 10 anos recebe tratamento no Hemopa para aplasia medular, doença rara da medula em que há diminuição da produção das células sanguíneas. Atualmente, ela só faz acompanhamento ambulatorial. “Atualmente não faço mais medicamento. Só acompanhamento ambulatorial com a equipe multidisciplinar. O tratamento aqui é excelente e tenho qualidade de vida, graças à assistência recebida ao longo desses anos, onde nunca faltou medicação. Aqui, me sinto segura e recomendo o Hemopa para quem precisar de tratamento hematológico. Obrigada a todos”.
Riscos da automedicação – A automedicação é tratada como um problema de saúde pública, uma vez que ocasiona riscos à saúde, como intoxicação, dependência e até morte. Dados da Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas (Abifarma), apontam que cerca de 20 mil pessoas morrem, anualmente, por consequências da automedicação. O paciente algumas vezes é influenciado por um amigo ou familiar que indica um tratamento sem quaisquer conhecimentos a respeito da condição clínica, sem considerar a orientação de um profissional para investigar os sintomas.
A Ibifarma informa ainda que a intoxicação, por uso de medicamentos, tem ocupado a primeiro lugar desde 1994 no ranking do Sistema Nacional de Informações Toxico-Farmacológicas (Sintox). Estudos apontam que de 2010 a 2017, o Brasil registrou 565.271 casos por intoxicação medicamentosa.
Dados do MS apontam exemplos de uso irracional de medicamentos que incluem: uso de muitos medicamentos por paciente (“polifarmacia”); uso inadequado de antimicrobianos, muitas vezes em dosagem inadequada, para infecções não bacterianas; excesso de uso de injeções, quando formulações orais seria mais apropriado; falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas; automedicação inapropriada, muitas vezes medicamentos prescritos; não aderência aos regimes de dosagem.
Atualmente, o setor de Farmácia da Fundação Hemopa conta com três profissionais farmacêuticos, distribuídos entre a Central de Abastecimento Farmacêutico e a Farmácia Ambulatorial, de 7h às 19h, de segunda a sexta-feira.
Por Vera Rojas (Ascom Hemopa).