Fundação Hemopa comemora superação no número de coletas com quase 87 mil bolsas de sangue doadas em 2021

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Cerca de 350 mil pacientes foram beneficiados em todo o estado com esse gesto de solidariedade. Caravanas solidárias, as gincanas e campanhas externas ajudam a captar novos voluntários.

De janeiro a novembro deste ano, a Fundação Hemopa recebeu mais de 104 mil voluntários nos postos de coleta de sangue, em todo o Pará. E durante o período foram coletadas 86.970 bolsas de sangue. Mesmo sem fechar o ano, os números de 2021 já superaram o ano passando, quando a hemorrede contabilizou mais de 84 mil bolsas coletadas durante os 12 meses de 2020.

“Os números nos mostram o quanto a sociedade paraense é generosa e mesmo diante das dificuldades de uma pandemia, vem atendendo aos nossos chamados. Uma bolsa de sangue pode ajudar até quatro pacientes. Neste caso, mais de 348 mil pacientes foram beneficiados. Nossa missão aqui no Hemopa é essa: ajudar a salvar vidas!”, destacou Paulo Bezerra, presidente da Fundação.

As caravanas solidárias, as gincanas e campanhas externas são estratégias de descentralização dos serviços oferecidos pelo Hemopa que contribuem efetivamente para a captação de novos voluntários da causa. Foram mais de 120 ações realizadas até novembro deste ano.

“Durante todo o ano, trabalhamos na sensibilização da sociedade em prol da doação de sangue. É importante falarmos sobre o assunto, tornar um hábito conversar em rodas de amigos, família, para que cada vez mais a gente conte com pessoas conscientes do seu papel cidadão. Porque doar sangue é um gesto humanitário e de responsabilidade social”, destacou Juciara Farias, gerente de Captação de Doadores.  

Ampliação
A Fundação Hemopa é responsável pela coordenação da Política Estadual do Sangue, sendo constituída por um Hemocentro Coordenador (em Belém), três Hemocentros Regionais (em Castanhal, Santarém e Marabá), cinco Núcleos de Hemoterapia (em Capanema, Altamira, Tucuruí, Abaetetuba e Redenção) e 46 Agências Transfusionais, das quais quatro foram inauguradas este ano: Marabá, Santarém, Jacareacanga e Itaituba.

Agência transfusional de Marabá

“As Agências Transfusionais são de suma importância para as regiões. Principalmente, quando falamos de municípios com acesso mais difícil, onde se levaria muito tempo para transportar as bolsas de sangue. Com o armazenamento nas ATs, a gente consegue atender de forma imediata o paciente que precisa de uma transfusão, oferecendo assim qualidade de vida, levando sangue com qualidade”, ressaltou Joaquim Azevedo, gestor do Hemocentro Regional de Santarém, que é responsável pelo atendimento transfusional de 22 municípios do Oeste paraense.

Além disso, este ano a Fundação Hemopa completou 43 anos de trajetória e ganhou um presente especial do Governo do Estado, que anunciou investimentos na ordem de R$ 30 milhões que irão favorecer as áreas de Hemoterapia e Hematologia no Pará com a construção de um prédio anexo da sede do Hemocentro Coordenador, em Belém; obras de reforma e revitalização da sede do Hemopa, da Unidade de Coleta Castanheira e nas oito unidades da hemorrede estadual, além da aquisição de nova Unidade Móvel de coleta de sangue.

São investimentos que beneficiarão diretamente pacientes que dependem de sangue para sobreviver e/ou melhorar a qualidade de vida, levando-se em consideração que a construção da duplicação prédio Hemopa na capital vai ampliar o atendimento aos voluntários da doação de sangue. Também deverá garantir a ampliação da assistência de média e alta complexidade ao pacientes com patologias do sangue, sendo o Hemopa referência na saúde pública do Estado; ampliação do Parque Laboratorial para sorologia do sangue coletado no Pará.

Novos servidores

Foto: Ricardo Amanajás / Ag. Pará

O ano de 2021 também foi marcado pela valorização do servidor. A Fundação Hemopa incorporou 86 novos servidores que foram aprovados no concurso C-182. Os profissionais dos níveis médio e superior estão atuando nas unidades da Fundação nos nove municípios paraenses. O ato reafirma o compromisso do Governo do Estado em priorizar o ingresso de novos servidores por meio de concurso público.

Referência na assistência médica ambulatorial

A Fundação Hemopa realiza o atendimento ativo de mais de 15 mil pacientes hematológicos de todo o estado do Pará, ou seja, que possuem alguma doença do sangue como Hemofilia, os diversos tipos de Anemia, Aplasia Medular, Talassemia, Doença Falciforme, Púrpura, Leucemia, Doença De Von Willebland, entre outras.

As ações são geridas pela Política Nacional de Humanização, para garantir a dignidade humana e fortalecer uma política de respeito e valorização da vida dos usuários.  Por isso, o atendimento clínico e ambulatorial é feito de maneira multiprofissional. Neste ano, de janeiro a novembro, o ambulatório realizou 12.128 consultas médicas.


Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará

“É importante ressaltarmos que todas as ações de protocolo medicamentoso, assim como também a distribuição de hemoderivados contemplou a necessidade apresentada no Estado do Pará. Com a estabilização da pandemia, houve retorno ao tratamento por terapia celular no estado da Bahia, contemplando os pacientes portadores de osteonecrose, como também o retorno das visitas domiciliares pela equipe de Enfermagem e Serviço Social”, destacou a médica Saide Sarmente, coordenadora do Ambulatório, que lembrou também da parceria com o Hospital da Aeronáutica para realização do Exame Doppler Transcraniano para os pacientes portadores de Doença Falciforme.

De acordo com a Coordenadoria de Laboratórios, mais de um milhão e cem exames foram realizados no Hemopa: um total de 1.049.474 exames em amostras de doadores de sangue, 106.833 exames em amostras de pacientes do ambulatório e 4.106 exames preparatórios para a realização de transplantes de medula óssea e rim.

O atendimento transfusional é realizado, ininterruptamente, em todo o Pará. Dos pedidos da rede hospitalar e Agências Transfusionais, o Hemopa atendeu mais de 80%, com a distribuição de 61.054 bolsas de hemocomponentes.

Em outubro deste ano, a Fundação conquistou mais uma vez o reconhecimento nacional e internacional de excelência de gestão pelos serviços prestados à sociedade, capacitação de profissionais e com a utilização de tecnologia de ponta para execução dos procedimentos envolvendo o ciclo do sangue. A reacreditação foi concedida pela Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (ABHH) e pela norte-americana American Association of Blood Banks (AABB). Como a Fundação Hemopa, apenas quatro outros hemocentros no Brasil possuem esta certificação.

Medula Óssea 

O Hemopa é referência no atendimento, cadastro, coleta, e exames para o Registro Nacional de Doadores de Medula Ósea (Redome), que fica no Instituto Nacional do Câncer (Inca), no Rio de Janeiro, e pertence ao Ministério da Saúde.

O Redome é o terceiro maior banco de medula óssea do mundo e o maior banco com financiamento exclusivamente público. Reúne todos os dados dos voluntários e atua articulado aos cadastros do mundo todo, ou seja, a busca por doadores para pacientes brasileiros é realizada simultaneamente no Brasil e no exterior. Os bancos internacionais também podem encontrar candidatos brasileiros. A doação é feita no local do transplantes e todas as despesas pagas pelas agências de saúde.

Este ano, o Ministério da Saúde fez alterações quanto ao sistema do Redome. As portarias GAB/SAES números 684 e 685, de 16 de junho de 2021, apresentam melhorias quanto ao tempo de exames e monitoramento do transplante.

“Antes, o cadastro do candidato a doador de medula era feito em três fases até a realização do transplante de medula óssea. Agora, o procedimento é feito em fase única, mais um exame confirmatório, com a mais avançada tecnologia disponível no mercado, possibilitando fazer uma melhor compatibilidade com maior qualidade e encurtar o tempo de busca por um doador”, explicou Patrícia Jeanne, gestora do Laboratório de Imunogenética.

Patrícia disse ainda que o novo procedimento possibilita a realização de um exame que identifica e monitora anticorpos anti HLA pré-formados em pacientes em fases pré e pós-transplante, o painel de anticorpos reativos (PRA). Este procedimento ajuda a identificar possíveis episódios de rejeição ao transplante e a indicar o grau de dificuldade de se encontrar um doador compatível.

Atualmente, o Pará apresenta 118.948 pessoas cadastradas como voluntárias no Redome. Desses, 314 pacientes estão na fila paraense a espera de uma compatibilidade não aparentada, segundo o Rereme – Registro Nacional de Receptores de Medula Óssea.

Por Anna Cristina Campos (Hemopa).