A doação de sangue depende da sensibilidade de cada cidadão

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O professor Bruno Pinheiro, biólogo, é um parceiro e agente mobilizador da Fundação Hemopa , no sentido de captar novos doadores de sangue. Ele sempre incentiva a formação de Caravanas Solidárias entre seus alunos e os acompanha até o posto de coleta para a doação.

Desta vez, um grupo de mais de 20 alunos de Enfermagem, do Siepa Educação, de Ananindeua, veio aumentar a corrente da solidariedade. “São estudantes que vão se formar na área da saúde. Então nada mais justo do que começar por aqui para saberem a importância deste ato. Vão trabalhar salvando vidas, então têm que entender que a doação de sangue faz parte deste processo. Vai fazer parte da rotina de trabalho deles, futuramente”, destacou o professor.

Caravana Siepa Educacional

A doação de sangue é um gesto altruísta, quer dizer que só depende da sensibilidade de cada cidadão em se disponibilizar a ser voluntário da causa. O sangue é insubstituível, não pode ser fabricado. É um remédio único para muitos pacientes que necessitam de transfusão para lutar contra um câncer, uma anemia, uma doença falciforme e outras doenças hematológicas, oncológicas, uma cirurgia emergencial, enfim. O sangue cura, mas para isso é necessário que cada pessoa entenda a importância da doação de sangue como um ato de responsabilidade social.

Diante de tantos desafios e necessidades diárias enfrentadas para manutenção do estoque de sangue na hemorrede estadual, a diretora Técnica do Hemopa, a hemoterapeuta e hematologista, Luciana Maradei, destaca a importância do envolvimento da população, potencialmente doadora de sangue, para elevar o número de coletas no Pará. “O Hemopa, literalmente, depende de gente, de pessoas, de doadores para o atendimento transfusional satisfatório. Não existe outra matéria prima a não ser o doador de sangue. Seja solidário, salve vidas, doe sangue”.

Diante do cenário de pandemia do novo coronavírus em 2020, a Fundação Hemopa registrou baixa significativa na coleta de sangue. Em períodos de pico da doença, a queda do estoque chegou a 50%. E até hoje, a rotina não pode ser considerada normal. Ainda sob efeitos da pandemia, somando a fatores externos como pessoas doentes, dificuldade financeira para locomoção até as unidades de coleta, trabalhadores sobrecarregados pelo acúmulo de função, entre outros, justificam o número baixo de comparecimento diário no Hemopa. E esta não é uma exclusividade do Pará. Todos os Hemocentros brasileiros estão enfrentando as mesmas dificuldades.

“Neste mês de outubro, desde o primeiro dia até o dia 14, foram coletadas 1.563 bolsas de sangue. A média diária de doação está entre 100 e 160 bolsas. O atendimento transfusional está sendo realizado no limite. E em contrapartida, nossa equipe de captação de doadores está de forma incansável ligando, acionando, traçando estratégias para sensibilizar e trazer voluntários aos postos de coleta de sangue. Mas ainda assim, tudo depende da vontade de cada voluntário”.

Doação e o Ciclo do Sangue

A bolsa de sangue doada pelo voluntário precisa passar por diversos processos até chegar no paciente final. Na triagem são realizados 13 exames específicos para detecção de doenças transmissíveis, além do processo de separação dos quatro hemocomponetes. A média de liberação do material que irá para transfusão é de até 48h. E a taxa de inaptidão de triagem de doenças transmissíveis pelo sangue é de 3%, ou seja, essas bolsas ficam inaptas para a transfusão. Todo este cuidado é necessário para a segurança transfusional do paciente.

A Fundação Hemopa é responsável pela política do sangue no Pará e, atualmente, atende uma rede hospitalar de mais de 200 unidades. O Hemopa possui unidade de coleta em nove municípios paraenses, que servem como pólo de distribuição para as cidades de todas as regiões do estado.

Uma bolsa de sangue pode beneficiar até quatro pacientes. E a doação é um ato simples que dura, em média, 40 minutos, contando desde o cadastro até o lanche pós coleta. São coletados no máximo 450ml de sangue, material que pode ser recuperado em até 24h pelo organismo humano.

Como ser um doador voluntário

Para doar sangue, os interessados precisam seguir os critérios básicos: ter entre 16 e 69 anos, (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal); pesar mais de 50 kg; estar em boas condições de saúde.

No momento do cadastro, é obrigatório apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH), passaporte ou carteira de trabalho).

O cadastro é simples. Basta apresentar a carteira de identidade.

Quem teve Covid-19 também pode voltar a doar, só precisa esperar 30 dias após a cura. Quem teve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar 14 dias após o último contato. Para quem recebeu a vacina Coronavac/Butantã, são 48 horas de inaptidão para doação, após cada dose. Já as demais vacinas é necessário esperar sete dias após cada dose.

Mais informações podem ser obtidas nos telefone: 0800 2808118, de segunda a sábado, de 8h às 17h.