A doação de sangue fazendo a diferença na vida de quem precisa

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Aos dois anos de idade, André Pereira descobriu que era portador da Doença Falciforme que tem como característica principal a alteração do formato dos glóbulos vermelhos do sangue que, ao invés de serem arredondados, são deformados, parecidos com uma foice, por isso o nome falciforme. Essas células têm sua membrana alterada e são mais frágeis, podendo se romper mais facilmente, o que causa anemia e diversas outras complicações no organismo. A Doença falciforme não tem cura e durante toda a vida, a pessoa vai precisar de acompanhamento médico.

É o que se propõe a Fundação Hemopa, especializada no tratamento de pessoas com doenças do sangue. André é um dos mais de 16 mil pacientes cadastrados no ambulatório do Hemopa e que recebem um acompanhamento multiprofissional. Pelo menos, uma vez ao mês, o usuário precisa estar no hemocentro para receber uma bolsa de sangue do tipo APositivo fenotipada.

“As transfusões são essenciais porque me sinto melhor, fico sem crise, sem dores nos ossos, costas, quadril. Nós que precisamos de transfusão sabemos a dificuldade que é essa espera. Por isso, a gente sempre pede para que quem tiver saudável, doe. Essa doação vai ajudar muitas pessoas”, disse André que está com 31 anos e tratando uma úlcera na perna, um processo mais lento para quem tem doença falciforme.

Diante do cenário de pandemia, os estoques da hemorrede sofreram baixa significativa, uma média de 50%. A diminuição no número de comparecimento de doadores de sangue nas unidades do Hemopa de todo o Pará impacta diretamente o tratamento de pacientes que precisam de transfusões constantes para sobreviver.

Como estratégia da Fundação Hemopa, por meio da equipe de captação de doadores, intensificou o acionamento de voluntários por meio do banco de dados de doadores de sangue. No primeiro trimestre de 2021, foram realizadas 3.514 convocações diretas por telefone. Dessas, 52% dos doadores atenderam ao chamado e compareceram ao Hemopa para fazer a doação.

“Consideramos este um número muito bom de retorno ao nosso chamado. Pois é importante observarmos que o cenário de pandemia influencia diretamente nos números. Dentre os principais motivos declarados pelos voluntários é um sintoma de resfriado, desconfiança de covid, o desemprego que impossibilita o deslocamento até a unidade de coleta, enfim, temos que entender essa ausência”, destacou Juciara Farias, titular da Captação de Doadores do Hemopa.

Muitas vezes, os resultados não são melhores pela desatualização do cadastro pessoal do doador. Neste sentido, é importante lembrar que a atualização cadastral é necessária para identificação dos voluntários da doação. “Muitas pessoas trocam de número telefônico, mudam de endereço e por se afastarem da doação de sangue, os dados ficam desatualizados. Pedimos que as pessoas sempre busquem às unidades de coleta de sangue e não esqueçam de atualizar o cadastro. Isso é importante para um acionamento emergencial de um tipo sanguíneo específico”, ressalta Juciara.

A doção de sangue é um ato de generosidade e de responsabilidade social. Mulheres podem doar até 3 vezes ao ano e homens, 4 vezes. Uma bolsa de sangue é capaz de beneficiar até 4 pacientes.

Catarina fez a primeira doação. Um desejo antigo.

A estudante Catarina Jataí, 23 anos, fez a primeira doação de sangue nesta quinta-feira (8). Um desejo de anos e que agora pode ser concretizado. “Tinha alguns problemas de saúde que me impediam de ser doadora. Agora que estou saudável, pude vir. O sentimento é de estar fazendo uma boa ação para quem necessita deste sangue”.

Quem pode doar sangue – O cidadão que deseja fazer a doação de sangue precisar seguir os critérios básicos:

  • Ter entre 16 e 69 anos (menores de idade devem estar acompanhados do responsável legal);
  • Pesar mais de 50 kg
  • Estar em boas condições de saúde.

No momento do cadastro, é obrigatório apresentar um documento de identificação oficial, original e com foto (RG, CNH, passaporte ou carteira de trabalho).

Quem teve Covid-19 também pode voltar a doar sangue, só precisa esperar 30 dias após a cura. Quem teve contato com pessoas que tiveram a doença deve esperar 14 dias após o último contato.

Para quem recebeu a vacina Coronavac/Butantã, são 48 horas de inaptidão para doação de sangue, após cada dose. Já a vacina AstraZeneca/Fiocruz, são 7 dias após cada dose. Se o candidato à doação de sangue não souber qual imunização fez, só poderá voltar a doar sangue, após 7 dias.