Eliane Gama e Maria Vitória são de Jacundá, município do Pará, que fica há 8h de ônibus da capital, Belém. É mais um dia de acompanhamento multiprofissional no Ambulatório do Hemopa para Maria Vitória, que tem anemia falciforme e recebe assistência da Fundação Hemopa desde nascida, há 15 anos.
No consultório odontológico veio o problema: a saúde bucal está comprometida. “Faz um tempo que a Maria Vitória não faz acompanhamento odontológico e já sabia que ia levar uma bronca. Tento monitorar as escovações, mas nem sempre é possível. Então o atendimento diferenciado aqui no Hemopa sempre nos ajuda não só no sentido de fazer o tratamento certo, mas também de nos orientar como proceder em casa”, destacou Eliane Gama, vendedora e mãe da adolescente.
“Aqui no Hemopa, trabalhamos com pacientes que precisam de um cuidado diferente por causa do tipo de patologia. E quando eles chegam para fazer qualquer procedimento odontológico é necessário passar primeiro com o médico hematologista, que vai avaliar o quadro do paciente para saber se pode ou não fazer qualquer intervenção”, destacou Elza Veríssimo, odontopediatra do hemocentro.
“Temos que seguir protocolos de atendimento diferenciado para cada tipo de patologia. A técnica tem que ser minimamente invasiva pensando no menor trauma cirúrgico e, associando o lazer da fotobiomodulação, para estimular a cicatrização nesses pacientes para evitar as infecções”, Rafaela Nobre, cirurgiã bucomaxilo, complementou a explicação.
A Fundação Hemopa oferece o tratamento odontológico completo aos pacientes hematológicos que fazem acompanhamento contínuo no Ambulatório. Atualmente, são mais de 15 mil pacientes atendidos pelo Hemopa, vindo de todo estado. O atendimento requer atenção especial para cada tipo de doença.
A saúde da boca contribui diretamente para manter o equilíbrio saudável do corpo. A higienização correta mantém os dentes e gengivas limpos e evita problemas dentários como tártaro, gengivite, periodontite, cárie e outras doenças. Em caso de pacientes hematológicos, existe a possibilidade de perda de tecido e até de dentes, caso não tenha o acompanhamento correto.
A cirurgiã dentista, Maria do Socorro Celso, que já trabalha no Hemopa há mais de 14 anos, disse que a experiência no trabalho permite enxergar cada paciente além do que a ciência permite. “Pra mim é muito gratificante trabalhar com esses pacientes hematológicos. Porque não vejo só o lado da patologia, mas eu vejo o outro lado. Essas pessoas já sofrem na vida e, acompanhar cada um deles na odontologia é uma forma de oferecer melhor qualidade de vida para este paciente”.
Dia Nacional da Saúde Bucal e do Cirurgião Dentista
Neste dia 25 de outubro que é comemorado o ‘Dia Nacional da Saúde Bucal e do Cirurgião Dentista’, Eduardo Pádua, especialista em dentística e servidor da Fundação Hemopa, chama a atenção para a melhoria do ensino nas faculdades e para toda a classe odontológica.
“O tema de cuidados com pacientes hematológicos ainda é pouco explorado na graduação. Essa é uma realidade que temos que ir mudando aos poucos. E enquanto isso, o Hemopa acaba sendo a referência para esses pacientes que se sentem confortáveis e seguros de realizar os procedimentos com a gente. E só de acolher esses pacientes a gente já sente que o trabalho que desenvolvemos é importante”, destacou Eduardo.
O Ambulatório do Hemopa atende pacientes hematológicos de todo o estado do Pará, ou seja, que possuem alguma doença do sangue como Hemofilia, os diversos tipos de Anemia, Aplasia Medular, Talassemia, Doença Falciforme, Púrpura, Leucemia, Doença De Von Willebland, entre outras. Os pacientes devem ser referenciados pelo posto de saúde básica através do DERE – Departamento de Regulação.
As ações de acompanhamento ao paciente são geridas pela Política Nacional de Humanização, para garantir a dignidade humana e fortalecer uma política de respeito e valorização da vida dos usuários. Por isso, o atendimento clínico e ambulatorial é feito de maneira multiprofissional.
Para mais informações o cidadão pode ligar para (91) 3110-0500.