O serviço público na Fundação Hemopa vai além de um ofício remunerado. São 950 pessoas que trabalham, nas 11 unidades da Fundação no Pará, com dedicação e compromisso com o próximo. Nesta segunda-feira, 28 de outubro, comemorado o ‘Dia do Servidor Público’, Cilene Pereira, técnica de enfermagem que trabalha na sala de coleta de sangue do Hemopa, tem muitos motivos para comemorar. Na verdade, este dia é especial há 21 anos, tempo que se dedica à Fundação.
Ela conta que em 1998, recebeu um homem vindo do interior do estado (não recorda de qual município, exatamente) para fazer uma doação de sangue ao pai que estava hospitalizado em Belém para uma cirurgia cardíaca. “Este homem foi reprovado na triagem e não pode doar. Vi ele chorando e fiquei sensibilizada. Verifiquei que o meu tipo sanguíneo, B positivo, era compatível com o do pai dele e me ofereci. Fiz a doação para ajudar na cirurgia”, conta Cilene com muita emoção. “Depois de um tempo ele voltou ao Hemopa e me agradeceu, chorando, dizendo que deu tudo certo com o pai. Isso não tem preço. É muito gratificante pra mim”.
A técnica de enfermagem também trabalha na Santa Casa de Misericórdia, no setor neonatal, e diz que vivencia de perto a necessidade de ter bolsas de sangue e plaquetas para salvar vidas de crianças que acabam de nascer. “Eu sou doadora regular e de três em três meses faço a minha parte e doou sangue. É muito bom saber que você pode fazer a diferença na vida de alguém”.
E sobre isso, quem se sente grato em dobro é Fabio Henrique Conceição. Ele tem anemia falciforme e faz tratamento no Hemopa, desde quando a sede era na Avenida Castelo Branco, em 1987. Atualmente, com 40 anos de idade, ele faz parte do quadro de servidores da Fundação, trabalha no setor administrativo. “Pelo tempo que frequento aqui, eu tenho amizade com todos os servidores do Hemopa. Principalmente com quem trabalha no ambulatório”, conta.
Pelo menos uma vez ao mês o Binho, como é conhecido, carinhosamente por todos, precisa fazer transfusão de sangue no Ambulatório do
Hemopa que atende, diariamente, pacientes com algum tipo de doença do sangue. E como o ambiente de trabalho é o mesmo que ajuda a manter a saúde em dia, fica mais fácil para o Binho encarar os desafios da doença. “Eu brinco com todos e digo que o Hemopa é minha segunda casa. Por eu estar aqui como servidor e como paciente. Caso eu sinta alguma coisa é só descer e receber a assistência dos amigos”.
Assim como Cilene e Fábio, muitos servidores públicos têm motivos de sobra para comemorar essa data. São pessoas que se doam e encaram o trabalho como uma satisfação para tornar a sociedade mais justa e humanitária.