Remo e Paysandu convocaram suas torcidas para doarem sangue em prol de pacientes assistidos na instituição; bolsas coletadas beneficiarão até 248 pacientes
Trimestralmente, o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), promove campanhas de doação de sangue em frente à unidade de saúde, em Belém. Nesta sexta-feira, 23, a 16ª edição do evento trouxe como tema “O Clássico Re-Pa”, em alusão às partidas entre os clubes paraenses Remo e Paysandu. E com a participação de integrantes, mascotes e torcedores de ambos os clubes, a ação arrecadou bolsas de sangue que vão beneficiar até 248 pessoas.
O tratamento oncológico pode envolver radioterapia, quimioterapia ou cirurgias de alta complexidade, que demandam uma ampla reposição de sangue. Conforme o biomédico da Agência Transfusional do Hoiol, Matheus Bernardes, as sensibilizações diárias são tão importantes quanto as campanhas regulares. “Como o nosso perfil é oncológico, a taxa transfusional é alta, com média de 300 bolsas por mês. Logo, além das campanhas, também fazemos o acolhimento das famílias, ressaltando sempre a importância de sensibilizar a rede de apoio toda, para que, se possível, compareçam ao Hemopa e realizem a sua doação”, explicou.
A diretora da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), Sara Castro, agradeceu aos doadores e aos apoiadores das ações em prol de pessoas com câncer. “O povo paraense é apaixonado por futebol e é inspirador poder contar com o engajamento de dois grandes clubes na conscientização sobre a doação de sangue, que salva-vidas. Agradecemos aos clubes que vestiram a camisa da solidariedade e se empenharam em levar informação segura e sensibilizaram pessoas para doar”, afirmou.
Propósito – Truques de mágica, palhaçaria, apresentações musicais, concursos de mímicas, danças, distribuição de brindes e brincadeiras populares como cabo de guerra animaram as torcidas. Para a assistente social do Hemopa, Betania Mourão, o momento foi de entretenimento e solidariedade àqueles que precisam de suporte hematológico.
“Prestamos o melhor atendimento ao doador, que se disponibiliza e estende os braços para deixar bolsas que salvam vidas. Para atingir as metas, o Oncológico Infantil é bastante participativo e tem como marcas registradas a criatividade e a animação nas suas campanhas, que são muito festivas e que motivam a todos. A competição proposta com a participação dos torcedores dos clubes é respeitosa e saudável, principalmente porque ambos se uniram em uma única torcida: pela vida”, afirmou Betania.
A diretora de responsabilidade social do Paysandu, Simone Ettinger, destacou que o clube possui uma agenda anual de ações sociais e que se “orgulha por apoiar campanhas que salvam vidas”. “Hoje é um dia especial para todos nós. Estamos aqui para esse Re-Pa solidário porque acreditamos na campanha e buscamos mobilizar o maior número de pessoas. Nossas redes sociais são aliadas na convocação de torcedores e esperamos que se tornem doadores regulares. Eu já fiz a minha triagem, estou com a minha ficha e vou doar pela primeira vez”, afirmou a representante bicolor.
A mesma empolgação foi compartilhada pelo supervisor comercial do Clube do Remo, Rafael Almeida, que participou das brincadeiras e destacou a importância de ações que reforcem o compromisso social do Leão. “O Clube do Remo já participa ativamente de várias ações que ajudam a população. E hoje, em parceria com o Hemopa, com o Hospital Octávio Lobo e com o nosso maior rival, viemos lembrar que muita gente precisa de sangue e que precisamos ajudar, trazer a torcida para participar e doar. Estamos juntos por essas pessoas que precisam”, disse.
Além dos representantes dos clubes, participaram da ação: Júlio Mendes e Larissa Leite, Tio Bala, Mágico Dalton, DJ Ruano, e as bandas Lambada Social, Tapiokids e Fafá Maniva e Us Carapanãs.
Há dois meses, Filipe Galvão, de 5 anos, foi diagnosticado com leucemia. Por saber da importância da doação de sangue para o tratamento do filho e de outras crianças, a mãe do menino, a bacharel em letras Clayde Galvão, de 25 anos, decidiu passar pela triagem. “Meu filho já precisou (de sangue) e essa é uma boa oportunidade de doar. É pela vida dele e de outras crianças que também estão lutando”, afirmou ela, que foi considerada apta e efetuou a doação na unidade móvel.
Quem também doou na campanha do Oncológico Infantil foi a estudante de enfermagem Kamilly Barbosa, de 21 anos. “Quando o meu irmão tinha três anos, ele precisou de sangue e foi salvo. Hoje, eu doo porque sei que muitas famílias podem estar aflitas esperando a consciência e a boa ação de alguém. Doar me faz bem e saio daqui com o sentimento de dever cumprido”, disse ela enquanto defendia a importância de mais pessoas se tornarem doadoras regulares.
Critérios – Para doar sangue no Brasil, é necessário atender a alguns requisitos estabelecidos pelo Ministério da Saúde (MS), como: ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50kg e estar bem de saúde, alimentado e hidratado. É obrigatório portar documento de identidade com foto e, em caso de adolescentes de 16 e 17 anos, estar acompanhado de um responsável legal. Doadores que não puderam comparecer à campanha do HOIOL podem ir a qualquer posto de coleta do Hemopa e informar o código do Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo: 1766. Cada doação pode salvar até quatro vidas.
Serviço: O Hoiol é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos.
Texto: Ellyson Ramos – Ascom Hoiol