As doações são essenciais para o tratamento de crianças e adolescentes atendidos na unidade do Governo do Pará
Generosidade, solidariedade e cidadania são palavras comumente associadas às campanhas de doação de sangue no Brasil. No Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, profissionais, voluntários e responsáveis pelos pacientes também veem nas caravanas e ações a oportunidade de reforçar o compromisso de salvar vidas.
Em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa), o Oncológico Infantil realizou, nesta quinta-feira (24), mais uma campanha de doação de sangue. A 14ª edição do evento teve como meta 150 bolsas de sangue, mas superou as expectativas com 352 bolsas.A campanha mobilizou profissionais, acompanhantes de pacientes e doadores voluntáriosFoto: Ellyson Ramos – Ascom Hoiol
De acordo com o integrante do Serviço de Apoio ao Diagnóstico Terapêutico do Hoiol, biomédico Matheus Bernardes, os profissionais não medem esforços para conscientizar o público interno e externo quanto à necessidade das doações regulares, que garantem a disponibilidade do sangue e seus derivados a todos que precisam.
“A mobilização de quem trabalha no Hoiol é excepcional. Como todos sabem da nossa real necessidade, há um empenho muito maior para doar e captar doadores em nome do Hospital. O estoque está em um momento crítico, e sabemos que as doações não podem parar, pois os hemocomponentes são fundamentais para o tratamento dos nossos pacientes”, disse Matheus Bernardes.
Impulso -A técnica em Enfermagem Evelyn Moraes atua na farmácia do Setor de Quimioterapia, e participa das campanhas realizadas na instituição. “Por conhecer as crianças e o dia a dia da luta contra o câncer, a gente compreende a importância dessas bolsas para o tratamento. Mas não basta só doar. A gente pode falar com amigos, familiares, e compartilhar nas nossas redes sociais sobre esse gesto, que significa vida para muitas pessoas. É preciso impulsionar uns aos outros para que a gente consiga ajudar ao próximo”, ressaltou a profissional durante a doação.
Camila Medina, assistente social da Fundação Hemopa, destacou a importância do esforço coletivo na captação e mobilização de doadores. “A tendência aqui no Oncológico Infantil tem sido de campanhas que superam as expectativas. A cada campanha tem aumentado o número de doadores, e isso foi muito gratificante para nós, que acompanhamos o esforço de todos, tanto dos que participam das doações aqui, no ônibus, quanto aqueles que foram em caravanas para a sede. Quem puder doar em nome do Oncológico Infantil pode ir à sede do Hemopa ou ao posto de coleta no Shopping Castanheira”, informou.
A autônoma Rafaela Oliveira é mãe de Adriel Lucca, 8 anos, que há pouco mais de um mês faz tratamento contra leucemia linfoblástica aguda (LLA). Esse período foi suficiente para que a criança precisasse de doações, e a mãe reconhecesse a importância do gesto de doar.
“Somos de Macapá (capital do Amapá) e chegamos a Belém em julho. Desde então, meu filho recebeu várias transfusões, e é por isso que decidi doar sangue. Eu conheço o trabalho sério desenvolvido, e sei que uma bolsa de sangue pode salvar até quatro vidas. Muitas pessoas já se disponibilizaram e salvaram o meu filho. Hoje, sou eu que vou me disponibilizar para salvar a vida do próximo”, contou Rafaela, que também convenceu o marido a reforçar o grupo de doadores.
“A precisão das pessoas e a empatia ao próximo são essenciais para quem pensa em doar. A minha profissão pede atenção, carinho, amor e ajuda ao próximo, e é por isso que decidi doar pela segunda vez”, afirmou a estudante de Enfermagem Allanda Cohen, 20 anos, que também entrou no ônibus da Fundação Hemopa.
Ao lado do namorado, Fábio Lobo, 24 anos, também acadêmico de Enfermagem, Allanda acompanhou as atrações musicais da programação. “Já participei de campanhas solidárias da igreja, e estou doando pela quarta vez. As crianças precisam”, disse Fábio.
Da programação musical participaram os cantores Pinduca, Fabrício Nery, Júlio Mendes, Larissa Leite, Banda Tapiokids, Guto Risuenho e Balada Kids, Dj Ruano. A animação ficou por conta de Tio Bala, animador de festas.
Para doar – Quem não puder comparecer à instituição pode ir a qualquer posto de coleta da Fundação Hemopa e informar o código do Hoiol, 1766.
Para doar é preciso, dentre outros critérios: apresentar documento de identidade com foto e assinatura; ter entre 16 a 69 anos (adolescentes de 16 e 17 anos devem estar acompanhados de um responsável legal): estar bem de saúde e alimentado, e pesar mais de 50 kg.
Credenciado como Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon), o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo é referência na região amazônica no diagnóstico e tratamento especializado do câncer infantojuvenil, na faixa etária entre 0 a 19 anos. A unidade é gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e de estados vizinhos.
Serviço: O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo fica na Travessa Quatorze de Abril, 1.394, bairro São Brás.